LÍNGUA PORTUGUESA
LIVRO: ENCONTROS
- LER COM ATENÇÃO E RESPONDER AS QUESTÕES (3 E 4) DA PÁGINA 164.
MATEMÁTICA
LIVRO: EMAI
- LER COM ATENÇÃO E RESPONDER A ATIVIDADE 1- PÁGINA 42.
- LER COM ATENÇÃO E RESPONDER A ATIVIDADE 2 - PÁGINA 44.
CIÊNCIAS, HISTÓRIA E GEOGRAFIA
LER O TEXTO JORNALÍSTICO ABAIXO:
O que foi a revolução constitucionalista de 1932?
O movimento conseguiu mobilizar
35 mil homens pelo lado dos paulistas, contra 100 mil soldados do governo
Vargas.
Cartaz
de convocação de voluntários. Acervo do Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo Foto: Renato Chaui)
Antes de falar sobre a Revolução Constitucionalista
de 1932, é preciso voltar alguns anos na história para buscar os embriões deste
que foi um dos maiores movimentos armados da história do Brasil. Durante a
República Velha (1889-1930), formou-se uma aliança entre os estados mais ricos
e influentes do país na época, São Paulo e Minas Gerais, cujos representantes
alternavam-se no posto da presidência da república naquilo que ficou conhecido
como a "política do café com
leite". Em 1930, porém, o presidente Washington Luís, representante
dos paulistas, rompe a aliança com os mineiros e indica o governador de São
Paulo Júlio Prestes como seu sucessor, que venceu as eleições. As oligarquias
mineiras não aceitam o resultado e, por meio de um golpe de estado articulado
com os estados do Rio Grande do Sul e da Paraíba, colocam Getúlio Vargas no
poder.
"Getúlio vem com uma nova proposta de modernização do país. O grupo
que chega ao poder pretende promover essas mudanças de maneira autoritária, sem
consultas eleitorais", conta Alexandre Hecker, professor de História
Contemporânea da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade
Mackenzie. O novo presidente fecha o Congresso Nacional, anula a Constituição
de 1891 e depõe governadores de diversos estados, passando a nomear
interventores. As medidas desagradam profundamente as elites paulistas
tradicionais. "Esses grupos, que eram ligados ao Partido Republicano Paulista
(PRP) e haviam sido derrotados pela revolução de 1930, passam a trabalhar em
oposição ao governo de Getúlio", diz Alexandre. Já, a partir de 1931, se
junta a essa elite deposta um "grupo mais moderno", que exige do
governo a criação de uma carta magna que regesse a legislação do país - algo
que Vargas vinha adiando cada vez mais - além de eleições gerais para
presidente da república.
Ao mesmo
tempo em que se formava esse grupo opositor, fortaleciam-se, em São Paulo, os
chamados tenentistas, constituídos não apenas por militares, mas também de
civis que agiam sob sua liderança. "Eles se reuniam no Clube Três de
Outubro e apoiavam as ações do governo", explica o professor. "Havia
diversas brigas de rua entre os estudantes do Largo São Francisco e esse grupo getulista,
os tenentistas". No dia 23 de maio, essas forças se encontraram e se
defrontaram nas ruas de São Paulo, o que resultou na morte de alguns estudantes
em praça pública, que ficaram famosos como MMDC
(sigla das iniciais dos quatro jovens mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Mais tarde, adicionou-se a
letra A, de Alvarenga, ao final da sigla, de outro jovem que acabou morto por
causa do conflito).
Essas
mortes foram o estopim que deu início no dia 9 de julho de 1932 à Revolução Constitucionalista. Com a ajuda dos
meios de comunicação em massa, o movimento ganha apoio popular e mobiliza 35
mil homens pelo lado dos paulistas, contra 100 mil soldados do governo Vargas.
"Havia uma possibilidade de que outros estados viessem em apoio ao governo
do estado de São Paulo, mas ele ficou isolado e, com isso, se desenvolveu uma
série de batalhas", destaca Alexandre. Foram quase três meses de batalhas
sangrentas, encerradas em 2 de outubro daquele mesmo ano, com a derrota militar
dos constitucionalistas. "Moralmente, porém, em termos de denúncia
política, o movimento foi vencedor, porque logo depois do término do conflito,
o governo federal convocou eleições para uma Assembleia Constituinte, que
promulgou a Constituição do Brasil em 1934. Foi também quando, pela primeira
vez no país, as mulheres participaram do processo eleitoral", ressalta o
historiador.
O termo
"revolução" para o movimento constitucionalista não é muito adequado
àquilo que se propunha fazer, segundo o professor. "Não era uma revolução.
Na verdade, desejava-se a normatização da legislação e do processo eleitoral, e
não uma mudança no sentido de alteração das relações de poder ou qualquer coisa
que significasse uma limitação no processo de desenvolvimento
capitalista", afirma. Ele diz que, para alguns historiadores, o movimento
é considerado até conservador e antirrevolucionário. "Era uma elite
derrotada que queria voltar ao poder e encontraram nesse movimento uma desculpa
para isso".
ASSISTIR
O VÍDEO:
FAZER EM UMA FOLHA DE SULFITE OU
DO CADERNO DE ARTES, UMA ILUSTRAÇÃO DE UMA PESSOA SEGURANDO A BANDEIRA DO
ESTADO DE SÃO PAULO.